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Crónica Jurídica & Judiciária e Banda Paralegal prestam homenagem a escritora Paulina Chiziane

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Por Armando Nenane

 

Foi imemorável o dia em que os jornalistas da revista online Crónica Jurídica & Judiciária e os músicos da Banda Paralegal tiveram o privilégio de serem recebidos pela escritora moçambicana Paulina Chiziane em seus aposentos, tendo em vista prestar uma singela e merecida homenagem a mesma não somente pela sua brilhante carreira assim como pelo facto de recentemente ter sido distinguida com o título de Doutora Honoris Causa pela Universidade Pedagógica de Maputo bem como pelo facto de ter recolhido para si o Prémio Camões 2021.

 

Tivemos alguns receios ao notarmos a presença de um cão enorme que vigiava o seu quintal, mas a Paulina procurou logo nos confortar: “Se a pessoa vem por bem, não terá problemas com o meu cão, mas se vier por mal, ai terá”.

 

A conversa animada com a escritora mais laureada do momento, que ia bebendo a sua cerveja e fumando o seu cigarro a vontade, foi fluindo naturalmente enquanto ia sendo intercalada com alguns temas da Banda Paralegal, na voz e na guitarra do respectivo líder Victor da Cruz, enquanto o Arsénio Zucula ia fazendo o backing vocal com os temas “U Thlary La Ti Hossi”, “Wa ku rhila”, “Djamanguana”, “”Mugorodo”, “Ni fana ni mamba”, “Va nga ku tekela muholo” e outros.

 

Paulina Chiziane não verga e vai nos explicando que quando te dão o pedestal nada mais há o que fazer senão aproveitar do mesmo para dizer tudo aquilo que lhe vai na alma. Isso a propósito do facto dela lamentar que ao longo de todos estes anos ela seja a primeira mulher negra a ser distinguida com o Prémio Camões, “como se nós não escrevêssemos este tempo todo”.

 

Para a escritora, os culpados pela desgraça em que os jovens se vêem hoje mergulhados são os mais velhos. “A culpa é dos mais velhos”, disse, visivelmente inconformada.

 

Escritora Paulina Chiziane e Banda Paralegal com Victor da Cruz e Arsénio Zucula

 

Lamenta a situação da guerra, a crise social e os sinais evidentes de um Estado falhado, onde tudo o que as pessoas foram ensinadas a fazer é irem a busca de canudos para poderem ascender a cargos superiores nas instituições, mas quanto ao conhecimento propriamente dito…zero. “Larguei o meu curso de linguística no segundo ano porque descobri que aquilo que me estavam a ensinar não me dizia nada”, lembrou.

 

Paulina Chiziane foi a primeira mulher a publicar um romance em Moçambique, em 1990, “Balada de Amor ao Vento”.  Da sua obra fazem ainda parte “Ventos do Apocalipse”, “O Alegre Canto da Perdiz” (2008), “As Andorinhas” (2009), “Na mão de Deus” e “Por Quem Vibram os Tambores do Além” (2013), “Ngoma Yethu: O Curandeiro e o Novo Testamento” (2015), “O Canto dos Escravos” (2017) e “O Curandeiro e o Novo Testamento” (2018). Em 2021, lançou em Maputo, em conjunto com Dionísio Bahule, o livro “A voz do Cárcere”, depois de ambos entrarem nas prisões e ouvirem os reclusos – ela a escutar as mulheres, ele, os homens.

 

Paulina Chiziane, Armando Nenane e Victor da Cruz

 

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